Esperança e trabalho voluntário na Ilha de Cajual

Publicada em: 14.12.2015

Esperança e trabalho voluntário na Ilha de Cajual

O encontro entre a esperança do professor Sandro Morett e o trabalho da área de Responsabilidade Social da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) rendeu os primeiros frutos para a comunidade que vive na Ilha de Cajual, município de Alcântara. Nesta semana, dias 8 e 9, um grupo de voluntários realizou uma série de atividades na comunidade e a entrega de filtros de barro, roupas e brinquedos para as crianças. Também foram realizadas atividades de orientação para uso correto dos filtros, aferição de pressão arterial e recreação para as crianças.

Participaram da ação equipes de voluntários da EMAP, Secretaria de Estado da Igualdade Social, Prefeitura de Alcântara, Cruz Vermelha, Instituto Solidariedade e Inclusão Social (Solis) e da entidade Unegro – União de Negros pela Igualdade. Cada uma das cerca de 60 famílias que vivem na ilha recebeu um filtro. A equipe de voluntários EMAP ficou responsável pela doação dos 60 filtros completos, com torneiras e velas, além do transporte de todo o material até a comunidade.

Lá não há energia elétrica e nem água tratada. As famílias vivem da cultura da mandioca e da pesca. Para se chegar é preciso fretar uma canoa e caminhar a pé por cerca de uma hora (pela trilha mais curta). Para seu Urbano Soares, 84 anos, um dos mais antigos moradores da ilha, a vida simples do lugar se resume à roça de mandioca e à criação de galinhas. Aposentado pelo INSS, conta que também planta milho e lembra com saudade do tempo em que acompanhava a festa de Santana, em julho, com tambor de crioula e alegria. 

Depois da morte do Saturnino e desde que Benedito Pó Seco adoeceu, não teve mais tambor. Seu Urbano também adoeceu da próstata e perdeu a mulher há quatro anos, mas não reclama da sorte. “Difícil ter problema aqui”, afirma.

Porto Comunidade

Em setembro deste ano, o Governo do Maranhão realizou, por meio da EMAP, a ação social Porto Comunidade, ao lado de diversas secretarias de Estado e Prefeitura de Alcântara, no Terminal do Cujupe. Pouco antes da ação, as equipes visitaram comunidades do entorno para mobilizar os moradores.

Na visita à Ilha de Cajual o grupo conheceu o professor Sandro, que vem educando crianças de 4 a 14 anos na comunidade. As mesmas crianças que passaram um ano sem escola porque não havia nenhum interessado em dar aulas no local. Casado e pai de um filho de 6 anos, toda semana ele sai de São Luís rumo à ilha, onde passa quatro dias morando numa barraca de camping dentro da escola.

Ao ter contato com o grupo, o professor compartilhou os planos que tinha para aquelas famílias. “Eu queria que outros olhos além dos meus também se voltassem para a comunidade”, diz.  A mobilização deu resultados e muitas famílias do Cajual foram ao Terminal do Cujupe, receberam atendimento médico e tiraram documentos.

 Depois da ação voluntária desta semana, todas as famílias vão poder beber água filtrada e evitar doenças. E também serão acompanhadas pelos poderes públicos municipal e estadual, que agora conhecem mais de perto a realidade e as necessidades da comunidade.