Governo participa de audiência pública sobre expor...

Publicada em: 04.03.2016

Governo participa de audiência pública sobre exportação de bois vivos

O Governo do Estado participou nesta quinta-feira (3) de audiência pública sobre o futuro da pecuária maranhense e a exportação de bois vivos, também chamado “boi em pé”. O embarque bem-sucedido realizado pelo Porto do Itaqui, em novembro do ano passado, abriu mais uma oportunidade de negócios para a pecuária maranhense e motivou o debate, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão, após requerimento de audiência do deputado César Pires.

Os secretários de Agricultura, Pecuária e Pesca, Márcio Honaiser, e Indústria e Comércio, Simplício Araújo, além do presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária, Ted Lago, representaram o governo estadual, apresentando as ações voltadas para as cadeias produtivas e exportação aos representantes de instituições financeiras, sindicatos rurais, deputados estaduais, empresas exportadoras e federações que compareceram à audiência.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Bovinos e Bubalinos, Adriano Caruso, a exportação de bois vivos é uma demanda internacional. “É uma questão de abertura de mercado, de necessidade de mercado. É uma oportunidade para o produtor rural porque abre novas oportunidades de oferta e de venda, além de investimentos em diversos setores, como a melhoria genética e uma série de setores que podem ser beneficiados”, explicou.

Embarque no Itaqui

Apesar de ter sido realizada em caráter experimental, respondendo a uma contingência, já que o Porto da Vila do Conde, no Pará, teve as atividades suspensas temporariamente no final de 2015, a operação está sendo analisada pela direção do porto, pela empresa exportadora e órgãos do governo ligados ao setor produtivo, para que possa se tornar parte do portfólio de negócios do Itaqui.

Entre o final de novembro de 2015 e início de janeiro de 2016 o Porto do Itaqui realizou três embarques de bois vivos, totalizando 16.588 cabeças de gado, carga oriunda de rebanhos do Pará com destino ao mercado internacional. Desde 2009 a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), recebia propostas para realizar esse tipo de operação, mas nunca houve interesse das gestões anteriores.

Para atender a demanda do Pará e realizar a operação, a equipe técnica da Emap providenciou a certificação do Porto do Itaqui para embarque de gado vivo e elaborou um Procedimento Operacional Padrão para Embarque de Carga Viva, com atenção à segurança e à eficiência logística.

O presidente da Emap, Ted Lago, afirma que a demanda é muito grande e ao mesmo tempo há a necessidade de organização da cadeia produtiva do estado para viabilizar a exportação de carga viva pelo porto do Maranhão. “O Porto do Itaqui está preparado. O que precisamos é de um planejamento – com uma programação de médio e longo prazo – para incluir esse tipo de carga na programação do porto. E desse modo o Porto abrirá mais uma oportunidade de geração de emprego e renda para o estado”, disse.​

Rebanho certificado

A sanidade do gado maranhense, certificado como livre de febre aftosa com vacinação e com recorde de cobertura vacinal de 98,04% viabiliza essa nova operação comercial. Sobre essas operações, o secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, enfatizou que no conjunto de ações executadas pela pasta, há um esforço para a abertura de novos mercados aos empreendedores do Maranhão e a exportação de boi em pé, vem sendo uma das alternativas comerciais a ser disponibilizada ao produtor maranhense.

“Nós temos muitos diferenciais que podem posicionar o Maranhão para a exportação de boi em pé. Por isso, o governo Flávio Dino tem discutido com os atores da cadeia produtiva da carne, pois entende-se que a exportação de boi em pé pode abrir novos mercados, e gerar emprego e renda para nosso estado”, disse.

O diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Pará (FAEPA), Guilherme Minssen, relatou a experiência paraense na exportação de boi em pé e o impacto dessa atividade no estado, como uma demonstração da importância econômica.

Em sua apresentação, o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Márcio Honaiser, falou do trabalho realizado pelo Sistema Estadual de Produção e Abastecimento e das ações voltadas para a cadeia da carne e do couro, que inclui a construção de matadouros regionais, permitindo, também, a maior oferta de carne processada de qualidade para os mercados interno e externo.

Para ele, o estado tem condições de exportar animais vivos e carne processada, de forma equilibrada com o abastecimento interno. “A carne processada agrega valor e gera emprego e renda, mas há, também, um nicho de mercado para o boi vivo. O Maranhão hoje está criando mais essa oportunidade aos nossos criadores, que deve ser trabalhada com segurança e planejamento. Temos 7,8 milhões de cabeças de gado e é possível um equilíbrio entre consumo interno e exportação para outros estados e países”, ressaltou.