Trens já rodam em Goiás e estados vizinhos

Publicada em: 04.05.2015

Trens já rodam em Goiás e estados vizinhos

Por Helvécio Cardoso

Depois de quase 30 anos sendo construída, a Ferrovia Norte-Sul, ligando Anápolis a Belém, passando por Palmas, está entrando em operação. A obra que, ao longo dos anos, sofreu paralizações e suportou críticas ferozes, começou a ser trafegada por trens, saindo de Anápolis, a partir do final de fevereiro do ano passado.

Quatro locomotivas adquiridas pela VLI saíram do pátio do Daia, em Anápolis, rumo a Imperatriz, no Maranhão, onde a empresa tem a sua sede. O que poderia ter sido um dia histórico, transcorreu de forma banal. As locomotivas, já abastecidas, aguardavam apenas a chegada, via fax, da autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para os trens poderem rodar no trecho de 855 quilômetros ligando Anápolis a Palmas.

De lá para cá, mais seis locomotivas seguiram para Imperatriz. Mais oito locomotivas são esperadas, até o final de maio. Elas estão sendo construídas em Sete Lagoas, Minas Gerais, e chegam até Anápolis a bordo de carretas especiais, levando 4 dias para cobrir todo o percurso.

Nesta primeira fase, segundo a Valec, as locomotivas rodarão no máximo 40 km/h, sendo acompanhadas pelo Centro Operacional da Vale e pela FNS SA. Logo estarão trafegando a até 90 km/h, quando estiverem transportando cargas.

Farelo de soja

Já está prevista, para os próximos dias, a saída da primeira composição levando carga para o porto maranhense de Itaqui, no Maranhão. A empresa Granol vai remeter para o porto uma grande quantidade de farelo de soja. Segundo a Valec, o embarque ainda não aconteceu devido a atrasos na construção da tulha de soja, pela própria Granol, que é a maior interessada no negócio.

Por enquanto, segundo a Valec, a VLI é a única empresa a operar o trecho goiano da FNS. Essas viagens iniciais marcam o começo do modelo de livre acesso à infraestrutura ferroviária (open access). O trecho Anápolis-Palmas é o primeiro do País a operar sob as novas regras que promovem a quebra do monopólio das atuais concessionárias e permite que todas as empresas que cumpram requisitos técnicos e operacionais, estabelecidos em lei, tenham acesso à infraestrutura ferroviária em condições objetivas, transparentes e não discriminatórias. Pelo modelo anterior, as cargas transportadas nas ferrovias eram comercializadas pelas próprias concessionárias, que estabeleciam os valores do frete.

Fonte: Site Diário da Manhã